Alguns bons momentos do final de semana
Eu e Candy, depois de um show muito gracinha!!
Candy´s Girls
Nossa despedida, Mandy, Khaled e Kazafy e eu!!
Mais uma viagem cumprida, um trabalho terminado, e não posso dizer de nenhuma maneira, que não tive sucesso pois tive.
Mas hoje em dia, muitas vezes, me pergunto, se me jogar assim, vale a pena, por minha família.
Sei que meus filhos também vivem através da arte que escolhi viver, mas ela me obriga a ficar longe muitas vezes, e quando retorno, tenho trabalho a ser feito, e não posso simplesmente tirar alguns dias off, para recuperar o tempo com eles.
Sei que não tenho com quem trocar esse tipo de experiência, e hoje a noite, acordada no hotel, com medo de perder a hora do vôo de volta, resolvi escrever sobre isso.
Não vejo possibilidades de mudar nada de fato. Não posso deixar de trabalhar, e amo o que faço, mas vivo o dilema de quase toda mulher, que alcança o topo no que faz, e em algum momento, começa a discordar de sua própria decisão de ir em frente.
As palavras que recebo quase diariamente, de fato me carregam para frente, me estimulam a continuar, e acho que são essas pessoas que acabam me convencendo, um dia por vez, de que o que decidi para minha vida, também ajuda a outras mulheres, além de esttuturar minha própria vida.
Este final de semana em Yorkshire, uma vez mais a dança provou que pode fazer tanto, que até mesmo a idade não importa mais, o tipo de corpo é absolutamente o último assunto palco de conversa, e a beleza exuberante, já deixou a vida de muitas das mulheres que encontrei.
Me pego, pensando em meu próprio momento, será que não é hora de ensinar apenas?
Como lidar com a questão da solicitação estética sem acreditar que estamos perdendo algo?
Será que alguém tem uma receita nova, e ainda não publicada na internet?
Desde pequena, nunca gostei muito de competição. Fui o desastre dos times de educação física, me ter no grupo significava na melhor das hipóteses, uma chance muito pequena de ganhar.
Uma vez , num exercício de dinâmica em grupo, me colocaram num time de futebol. Já era adulta nesta época, e estava ali, de boa vontade, querendo vivenciar minhas limitações numa imersão de final de semana. o que eu fiz? Não entrei no jogo claro!!!
O que o terapeuta facilitador - nome bonitinho para a função do profissional neste momento- me disse:
Isso não é uma competição esportiva, imagine que o jogo é a vida, e a gente tem que jogar....nem assim eu entrei....disse que não poderia me machucar, pois dependia das pernas, e não entrei mesmo!
Nunca participei de competições e não quero entrar nisso nessa altura da vida. Será que ainda existe lugar para gente como eu?
Num mundo que cada vez mais, inspira e encoraja a competitividade, onde o que vc tem , ou os lugares que pode frequentar, definem quem você é. Seu estilo ou falta de estilo, dizem o que tem que ser dito.
Como ficam as pessoas sem estilo, como eu?
Perdidas no mundo dos " desrotulados"
Muitas perguntas, nenhuma resposta.
Danço, ensino, não me faltam convites, mas quero tempo!
Tempo para dedicar ao meus o que dedico a dança....
Como vou fazer?
Não tenho a mínima idéia. Neste exato momento, preparando dois shows, gravando para o selo de qualidade, revendo o programa de aulas para o próximo ano, e pensando em novos projetos, além de tentar estar com minha família, quando é possível
A todas as mulheres que como eu, tem dúvidas, sobre seu caminho...mando um abraço, um beijo e um queijo!!!
7 comentários:
Engraçado...esse foi o assunto do meu fim de semana inteiro. Tudo aí faz sentido, de alguma forma. A vaidade é um vício, mas se você consegue se desapegar ao menos um pouco...a liberdade se torna algo tão mais preciso do que já é.
Dançar sempre sim, como for.
beijos
Lulu, yo tambien tengo muchas dudas.
Más me identifico contigo, yo nunca entre ni entrare en competiciones.
En la escuela nunca jugue por propia voluntad a futbol ni basquet, nunca me gusto competir y ahora no es diferente.
A menudo me pregunto si lo que hago es lo correcto, si la danza es mi futuro,a veces estima cae por los suelos.
Pero despues pienso,que hay gente como tú y como Munique y como otros que alimentan mi alma dia a dia y eso me hace feliz, y si dejo de bailar ya no tendre eso.
Asi q sigo aqui,alimentandome me esto y creciendo cada dia un poquito más como persona.
Dudas? si, pero pasan rapido.
Muchos besos,guapa.
Amaru
Lulu, este final de semana conversando com minha irma sobre dança me veio a cabeça a seguinte pergunta..o que eu faria pela dança...nisso como sempre estava assistindo uma linda apresentação sua, neste momento olhei para minha irmã e disse: "- daria 10 anos da minha vida para saber o que é ser essa mulher apenas por um dia..." ela riu, disse que eu era louca!
Te admiro do fundo do meu coração, nesse tempo que estou a estudar essa arte não me passou 1 dia se quer onde eu tenha estudado e que vc não estivesse em minha mente.
Pra resumir...corpo, idade, beleza...não significada nada ao seu lado....Lulu vc se jah se viu girar??? é a coisa mais boa mais linda e perfeita que alguem possa ver!!!!
Dia perfeito...seu workshop...imagina uma pessoa realizada...eu!
Muita luz pra vc amada!
Lulu.. obrigada das mulheres que assim como eu, se identificaram pelas palvras expressas (seja em qualquer profissão).
Cada um tem uma missão em vida, e a sua foi nos tocar com sua arte e nos deixar comovidas com seu sentimento.
Adoro competições esportivas, sempre competi no colégio, mas mesmo fazendo dança desde os 3 anos, nunca me envolvi em concursos pela competição (iriamos mostrar nossa arte, pelo prazer de dançar).
Assim, nunca fui de grandes academia de Ballet e tampouco de dança do ventre, e isso só me mostrou que ainda assim tive grandes professoras e um enorme fortalecimento da minha alma... Já que no mundo artístico (e ainda mais num tão repletos de mulheres) há uma competitividade tão baixa muitas vezes, de querer derrubar o outro ao invés de nos admirarmos e crescermos juntas.
Porque dança é atividade física, mas não é esporte. É arte.. e arte é um estado de espírito.
oi, Lulu.
Lembrei-me aqui da expressão dada pelos budistas ao que vc busca: o caminho do meio, o caminho do equilíbrio.É um desafio à vida humana, não só à sua.
Lembrei-me também de um trecho do filme que acaba de estrear, sobre o livro ComerRezar&Amar, em que o guru diz à Elisabeth (que estava abrindo mão da paixão para manter o aparente equilíbrio conquistado), que as vezes perder o equilíbrio por amor faz parte de uma vida equilibrada.
É impossível explicar a própria vida sem analisar o contexto da própria era em que vivemos, e vc é o reflexo da mulher que hoje conquista espaço profissional e sucesso e vive o dilema que muitos homens viveram, quando eram só eles a viver este tipo de dilema.
Você pergunta sobre uma solução....realmente compartilhar soluções eh uma atividade sensata e saudável, mas a verdade é que cada um por si achará a solução na medida exata à sua própia vida, não é?
Dizem que a vida é movimento, que tudo passa, tudo de bom, tudo de ruim, e vivemos ciclos.
Eu tenho fé que vc, uma hora, sairá da fase do questionamento interior, e finalmente encontrará SUA resposta. Se somos nós que construímos nossa vida, então ela é uma escolha nossa. São infinitos os caminhos, infinitas as escolhas.
Um abraço!
Jana.
Lulu, entre tantas coisas que leio na net, me identificar com um post seu não seria surpresa, afinal, és a marca desta dança do Brasil, sem bajulações, digo apenas a verdade. Eu optei pela família, que é meu porto seguro e faço da dança um lazer, um prazer, porque eu não teria a coragem de ficar longe. Cada coisa tem seu preço. Mas sou feliz assim, muito da família, pouco da dança, mas feliz com meu caminho nesta vida.Mil beeijos super mestra, minha grande inspiração!!
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