sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Frida Kahlo - uma revolucionária no amor e na Arte

Depois de assistir o espetáculo Casa Azul, quiz ler novamente sobre Frida Kahlo, e percebi o quanto o espetáculo foi realista, de fato contando a vida e a intensidade amorosa que fez desta pintora mexicana a pintora do nosso século!

Abaixo um pouco da biografia dela. De certa forma a artista correta para que eu me fixe neste momento!



Para se entender as pinturas de Frida Kalho é necessário conhecer a sua vida.
Frida Nasceu em 1907 no México, mas gostava de declarar-se filha da revolução ao dizer que
havia nascido em 1910. Sua vida sempre foi marcada por grandes tragédias; aos seis anos
contraiu poliomelite, o que à deixou coxa. Já havia superado essa deficiência quando o ônibus em
que passeava chocou-se contra um bonde. Ela sofreu multiplas fraturas e uma barra de ferro
atravessou-a entrando pela bacia e saindo pela vagina. Por causa deste último fez várias cirurgias
e ficou muito tempo presa em uma cama.
Começou a pintar durante a convalescença, quando a mãe pendurou um espelho em cima de sua
cama. Frida sempre pintou a si mesma: "Eu pinto-me porque estou muitas vezes sozinha e porque
sou o assunto que conheço melhor".
 
Suas angustias, suas vivências, seus medos e principalmente
seu amor pelo marido Diego Rivera.
A sua vida com o marido sempre foi bastante tumultuada. Diego tinha muitas amantes e Frida
não ficava atrás, compensava as traições do marido com amantes de ambos os sexos. A maior dor
de Frida foi a impossibilidade de ter filhos (embora tenha engravidado mais de uma vez, as
seqüelas do acidente a impossibilitaram de levar uma gestação até o final), o que ficou claro em
muitos dos seus quadros.
Os seus quadros refletiam o momento pelo qual passava e, embora fossem bastante "fortes", não
eram surrealistas: "Pensaram que eu era surrealista, mas nunca fui. Nunca pintei sonhos, só pintei
minha própria realidade"
. Frida contraiu uma pneumonia e morreu em 1954 de embolia
pulmonar, mas no seu diário a última frase causa dúvidas: "Espero alegremente a saída - e espero
nunca mais voltar - Frida"
. Talvez Frida não suportasse mais. 


Algumas imagens que talvez ajudem a entender um pouco o que ia dentro da cabeça desta mulher que voava com seus dedos e dançava com as cores, no lugar de suas pernas!!



quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Num tempo de quietude forçada!!

Faz tempo que não escrevo e faltando apenas dois dias pra o final deste tremendo 2012 para não dizer outras coisas mais, decidi parar um pouco.

Hoje o marido foi com a filhinha ver amigas que preferem que eu não esteja por perto mesmo, na verdade, tadinhas, eu levei esse homem precioso embora e nunca mais devolvo, nem fico brava, elas podem aproveitar um pouquinho.

O fato é que estou sózinha e tranquila e posso escrever sem Eva pulando no meu joelho operado...
Pois é para quem não sabe, esfacelei suavemente meu menisco numa viagem de trabalho, parece até piada, depois de 29 anos dançando fui assistir a uma aula porcaria, num chão pior ainda e o que ganhei foi uma cirurgia no meu joelhinho virgem !!

Parafraseando uma amiga que incansavelmente me inspira ( né Cá? ) o tempo serve pra muitas coisas, inclusive para nos devolver a realidade perdida, que não é o mundo dos macacos mas parece!

Eu sabia que minha viagem para Alemanha seria um tempo difícil e de realinhamento mas não estava preparada para o que significa não ter estabilidade... nos joelhos!
Para alguém que dança, não poder andar, parece uma coisa do outro mundo, e para os mexeriqueiros de plantão, mando recado, o joelho está bem muito obrigada, e pragas não pegam
Tinha gente dizendo que ia emancipar minha cirurgia, me dando umas lambadas antes da hora, e me pergunto, o mundo tá mais cheio de maluco que os manicômios...inventaram tanto nome novo de doença mental, que hoje em dia, fica dificil falar quem é são...tá todo mundo louco!!!

Para as bailarinas que eu conheço, digo o que já dizia antes em aula, cuidem muito bem dos joelhos, eles são seus amortecedores naturais, e também agora descobri na marra, os grandes estabilizadores de nosso corpo.
Tente ficar em pé de joelho mole...tenta aí!! Não vai conseguir, isso se conseguir amolecer os joelhos falsamente o que também é difícil demais, só vivendo mesmo..."já dizia minha mãe, quem não ventura num vévi'

E assim foi para mim, um dia antes do show da escola deste ano - Mitológia Feminina- operei meu joelho esquerdo.
Dia seguinte, das oito da manhã até as onze da noite, teatro, comandando o show e lendo pequenos textos sobre as Deusas.

Drenagem na perna operada - o que é isso? Não da tempo e ninguém me disse que precisava, e eu que cuido de tantas coisas , não cuidei de mim mesma, e trabalhei como se fosse um dia qualquer.
A perna ficou de um tamanho esquisito, parecia que de um lado eu era Dumbo e do outro a mesma de sempre.

4 dias depois a viagem de avião e as agruras de usar uma cadeira de rodas. Depois coloco fotos aqui, claro que o Michael não ia perder a chance de tirar uma foto reportagem deste feito espetacular, me manter parada sem ir a lugar nenhum, dependendo inteiramente de onde ELE iria me levar!

Privada dos movimentos normais que todos nós temos, é que podemos mais uma vez reavaliar a preciosidade que é ter um corpo que funcione a todo vapor, sem problemas ou limitações.


Coisas simples passam a ser as mais complicadas do mundo. Nao pode andar, não pode torcer, não pode apoiar, então o que pode?
Pode ter paciência minha filha...

E eu descobri uma vez mais que este é um talento que tenho que requisitar para a próxima encarnação.
Credo, como eu não tenho paciência!! é horrível, nem eu me aguento, quanto mais quem está por perto.

Para me distrair este marido que o Universo me deu, me encheu de arte e mais uma vez me lembrei de vc Ca, vc ia amar o que eu vi.

Fui assistir Madame Butterfly, aqui em Saarbrucken. Uma chinesa era a dona do papel principal e ela simplesmente carregou a ópera sózinha o tempo todo. Duas horas e pouco de mergulho no sofrimento desta gueixa apaixonada por um tenente americano.

Que voz era aquela, vindo de uma mulher tão pequena, que carregou o teatro todo como se ela pudesse com um pequeno gesto mover os corações deste público que é tão mais formal, do que nós brasileiros, quando nos sentimos tocados na alma.
No final, eu levantei, esqueci as muletas, quase caí e ainda passei vergonha, pois aqui, quando eles gostam muito batem com os pés no chão e nada mais, e só dava eu, cambaleante, com o olho embaçado de tão molhado e doida, em pé, sem bater o pé, em respeito ao que tinha acabado de ver...

No dia seguinte, ainda ávida, de mais ele me levou para ver " A casa Azul " uma obra de uma cia inglesa de dança inspirada na história de vida de Frida Kahlo.
Uma mulher a frente de seu tempo, uma artista apaixonada, dona de uma intrepidez maluca e um desejo de amar profundo.
Uma lutadora , uma guerreira e porque não dizer vencedora, pois ela quebrou muitas de suas próprias barreiras e continuou tentando.

Com tanta ajuda era impossível não passar por aqueles primeiros dias, e assim foi.
Hoje estou no 13º dia pós cirurgia e já ando ainda com ajuda, sentindo menos dor, sei que é passageiro mas também sei que existem coisas a serem aprendidas profundamente neste período.

Que eu possa mesmo usar o poema de Drumond para viver este pouquinho que falta de 2011 e poder começar um caderno novo em 2012.

Como diz outra amiga, escolhendo melhor para quem eu dou o meu melhor, pois estes que estão por perto e são reais já viram meu pior e só eles e ninguém mais merecem o melhor!

Que venha o novo ano, e com ele muita energia e paciência para as novas lições!

Que pode uma criatura senão,
entre outras criaturas, amar?
amar e esquecer,
amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados, amar?

Eterno Carlos Drumond de Andrade