terça-feira, 27 de março de 2012

Um glossário de Dança Oriental - Olha aí gente!!



Estou escrevendo meu filho que não nasce " O Livro" e eis que sou convidada a amadrinhar, pode-se  falar isso?-  um glossário da nossa dança.

A dança nossa de cada dia, mais difundida, que mariposas em noites quentes...

Acho maravilhoso, que alguém se disponha a escrever e classificar, o que nós usamos todos os dias. Apelidos, nomes técnicos, tudo tudo, uma lista e tanto!

É o começo de um caminho que só trará mais coisas boas.
A tentativa de deixar para todos o que parece ser de alguns.
Um roteiro, itinerário ou seja lá como queiram chamar, um jeitinho de entender melhor esse amor bandido que a gente tem por esta dança milenar , que tomou o coração e o corpo de tanta gente.

Tantas nacionalidades, culturas, idiomas, que se renderam de bom grado aos encantos dela!

Que os ventos da boa sorte iluminem o caminho de Suheil, e que todas possamos juntas, fazer diferença. Cada uma com sua contribuição,, que não tem peso nem medida certa, apenas a certeza de estar buscando o melhor, e percorrendo para sempre esta estrada sem fim, que é o aprendizado do corpo!


segunda-feira, 26 de março de 2012

Cora Coralina - um alento para o coração




Conclusões de Aninha

Estavam ali parados. Marido e mulher.
Esperavam o carro. E foi que veio aquela da roça
tímida, humilde, sofrida.
Contou que o fogo, lá longe, tinha queimado seu rancho,
e tudo que tinha dentro.
Estava ali no comércio pedindo um auxílio para levantar
novo rancho e comprar suas pobrezinhas.


O homem ouviu. Abriu a carteira tirou uma cédula,
entregou sem palavra.
A mulher ouviu. Perguntou, indagou, especulou, aconselhou,
se comoveu e disse que Nossa Senhora havia de ajudar
E não abriu a bolsa.
Qual dos dois ajudou mais?


Donde se infere que o homem ajuda sem participar
e a mulher participa sem ajudar.
Da mesma forma aquela sentença:
"A quem te pedir um peixe, dá uma vara de pescar."
Pensando bem, não só a vara de pescar, também a linhada,
o anzol, a chumbada, a isca, apontar um poço piscoso
e ensinar a paciência do pescador.
Você faria isso, Leitor?
Antes que tudo isso se fizesse
o desvalido não morreria de fome?
Conclusão:
Na prática, a teoria é outra
Cora Coralina

quarta-feira, 21 de março de 2012

Beleza pode ser ignorada, Feiúra Nunca!



Ouvi isso de uma pessoa muito próxima e me deu um click
Nao é que é verdade?
Numa sala cheia de gente, podemos ter diversos tipos reunidos, o belo pode até passar batido, mas o que for muito feio, salta aos olhos e temos que olhar novamente!

Para mim isso também se manifesta na vida, quando um acidente na rua ou na estrada, tira seu fóco e lhe faz diminuir a velocidade ou até mesmo parar para olhar.
Outro exemplo é a opção das notícias na TV, ouvimos e vemos muito mais as catástrofes e escândalos do que qualquer outra coisa.

Uma bela história repleta de humanidade ou desprendimento, não vende, e portanto acaba sem espaço na mídia.

O mesmo em nosso meio de dança. Se alguém faz algo pelo bem, e a dança é um meio, ela é despreparada e não tem o que fazer.
Ou melhor dizendo como ninguém a chama, a única saída é fazer de graça.

Estou no meio da dança há exatos 28 anos e 3 meses, e atuo profissionalmente na área. Sei muito bem das agruras por que passamos.
Tive diversas fases, desde meu início quando não imaginava nada do que viria, até os dias de hoje, quando não quero nem imaginar o que virá.

O que se diz de positivo , não tem o poder de se espalhar tão rapidamente quando aquilo que se diz negativamente e tivemos uma prova cabal disso nos últimos dias, com o nascimento de um instrumento de reverberação da sujeira verbal , através da web.

Opiniões diferentes, são naturais e produtivas, pois criam diferenças e através destas a possibilidade de crescimento.

As críticas com nome associado e base, também são uma boa oportunidade para trilhar novos caminhos ou redirecionar esforços.

Os processos de avaliação e seus respectivos símbolos resultantes, também tem seu valor, dependendo do intuito, e para que servem.

Ter um certificado, que não lhe exigiu nada, somente o pagamento de uma taxa, é uma coisa. Outra seria passar por um processo qualquer, onde tem que apresentar seu trabalho, dentro de alguns critéiros pré determinados, com os quais você também concorda.
Qual o problema em ser avaliada por alguém em quem confia?
Existe algum crime em querer obter avais, de pessoas que podem talvez lhe indicar direções na estrada da dança?
Eu não vejo problema algum.

Dançar gratuitamente, onde está o crime? A não ser que isso se torne sua arma de contratação, numa disputa totalmente desleal com todas as outras profissionais.

Quem nunca dançou para uma amiga ou amigo, de presente?
Quem não dançou para um projeto sem fins lucrativos, porque quis?
Quem pode apontar o dedo para alguém que decide fazer caridade com o que sabe?

Tantas críticas e tão pouca honestidade.

Escondidas atrás de uma palavra, que signifca tudo , menos clareza, os anônimos negativos se manifestam, sem nenhum filtro, falando o que querem, protegidos pela capa da impunidade e do " segredo " virtual.

E no país conhecido mundialmente pela impunidade, cada uma de nós desenvolve seu papel.
Ao se retirar da cena, do mesmo jeito  que o vizinho, quando vê alguém ser assaltado em frente a janela, e nem ao menos chama a polícia... cada uma de nós contribui para a desonestidade e sujeira dentro dos círculos de conversa acerca de nosso mercado, ou meio como queiram chamar.

Se hoje de manhã, o tal jornal virtual dos insultos está fora do ar, isso não quer dizer que o assunto está encerrado.
Chega de deixar que as coisas venham, sem nenhum risco.
As pessoas com quem eu conversei diretamente, devem saber que o registro oficial destes últimos dias, será de fato reportado as autoridades competentes.

E aquelas que tem ou tiveram informações se reportarão a um orgão oficial e não a mim, ou a qualquer outra atração, que foi usada no dito " blog" como forma de divulgação falsa.
Todos sabemos que contadores em sites podem ser manipulados a vontade, por isso mesmo, sites sérios não utilizam contadores.
Com sites sérios quero dizer, locais que não fazem dos números, um diferencial, pois não tem que provar nada a ninguém, através de denominadores, manipuláveis.
Estão no ar e seráo procurados na medida da necessidade e interesse de quem os busca.

Fica aqui então a lição talvez, engolida a força, pelas pessoas que não oferecem respeito ao meio da dança. Piadas são engraçadas e servem para desopilar o fígado, mas exposição mentirosa, e anônima não será mais bem vinda.

Essa é uma ação que depende do coletivo, mas que nascerá da decisão individual, de cada uma de nós bailarinas!

Segredos pessoais sempre devem ser respeitados, entre amigos, e nunca compartilhados com inimigos, a não ser que vc não saiba que está " dormindo com o inimigo ".
Conivência com práticas criminosas, devem ser reportadas. a orgãos competentes.

Não é possível que a coletividade da dança, de fato aceite desrespeito , invasão e ofensa gratuíta como manfiestação da liberdade de expressão.

Como dizia minha mãe, que infelizmente não tenho mais a meu lado " A minha liberdade termina, onde começa  a sua ". Busquei pelo criador desta frase e não encontrei, talvez tenha um dono ou dona, talvez seja um dito popular.
Se jogarem a frase no google verão que muitos a usam!

Respeito não pode ser artigo de luxo, está a disposição para todos, sem distinção de cor, classe social, ou qualquer outro fator delimitante.

Boa semana a todas, que nossos olhos possam ter coisas melhores para ler nos próximos dias!
اللهم صفى عقلك وروحك واجعل التناغم يعود اليك ثانية
انا فى سلام نفسى واامل ان يكوت من الاحسن لك ان تقرر المثل
alahoma safi 3aglak we rohak we ig3al altanaghom ya3ood ilika thanitan ana fi salam nafsi wa'aamal an alahsan lak an togarr almesel
"Quem não se movimenta, não sente as correntes que o prendem"
Rosa Luxemburgo

segunda-feira, 19 de março de 2012

A covardia e o espelho - amigos que não se falam!

" Quando eu nasci veio um anjo safado, um chato de um querubim, que decretou que eu tava predestinado a ser errado assim, já de saída minha estrada entortou mas vou até o fim...."
Chico Buarque é mesmo o máximo!

Li um texto, ou melhor dizendo um lixo escrito com as letras do nosso alfabeto que me fez pensar, no que seria a história de fadas com os personagens, a covardia e o espelho.

O desejo de nos ligarmos ao irreal, ou a criatividade de um mundo que é apenas, e tão somente a sombra do mundo real.



Diz um mito muito antigo, chamado " Mito da Caverna" de acordo com a Wikipédia:
( Meu primeiro contato com este mito foi na escola, colegial, com uma professora de literatura inesquecível )

http://paradigmadivino.files.wordpress.com/2011/05/alegoria-da-caverna3.jpg

Imaginemos um muro bem alto separando o mundo externo e uma caverna. Na caverna existe uma fresta por onde passa um feixe de luz exterior. No interior da caverna permanecem seres humanos, que nasceram e cresceram ali.

Ficam de costas para a entrada, acorrentados, sem poder mover-se, forçados a olhar somente a parede do fundo da caverna, onde são projetadas sombras de outros homens que, além do muro, mantêm acesa uma fogueira.

Pelas paredes da caverna também ecoam os sons que vêm de fora, de modo que os prisioneiros, associando-os, com certa razão, às sombras, pensam ser eles as falas das mesmas. Desse modo, os prisioneiros julgam que essas sombras sejam a realidade.

Imagine que um dos prisioneiros consiga se libertar e, aos poucos, vá se movendo e avance na direção do muro e o escale, enfrentando com dificuldade os obstáculos que encontre e saia da caverna, descobrindo não apenas que as sombras eram feitas por homens como eles, e mais além todo o mundo e a natureza.

Caso ele decida voltar à caverna para revelar aos seus antigos companheiros a situação extremamente enganosa em que se encontram, correrá, segundo Platão, sérios riscos - desde o simples ser ignorado até, caso consigam, ser agarrado e morto por eles, que o tomaram por louco e inventor de mentiras.

Platão não buscava as verdadeiras essências na simplesmente Phýsis, como buscavam Demócrito e seus seguidores. Sob a influência de Sócrates, ele buscava a essência das coisas para além do mundo sensível.

 E o personagem da caverna, que acaso se liberte, como Sócrates correria o risco de ser morto por expressar seu pensamento e querer mostrar um mundo totalmente diferente. Transpondo para a nossa realidade, é como se você acreditasse, desde que nasceu, que o mundo é de determinado modo, e então vem alguém e diz que quase tudo aquilo é falso, é parcial, e tenta te mostrar novos conceitos, totalmente diferentes.

 Foi justamente por razões como essa que Sócrates foi morto pelos cidadãos de Atenas, inspirando Platão à escrita da Alegoria da Caverna pela qual Platão nos convida a imaginar que as coisas se passassem, na existência humana, comparavelmente à situação da caverna: ilusoriamente, com os homens acorrentados a falsas crenças, preconceitos, ideias enganosas e, por isso tudo, inertes em suas poucas possibilidades.


O que se faz, se existem pessoas, que vivem, e viverão em suas cavernas pessoais para sempre, projetando no outro o que não tem coragem de ver em si mesmos. 

Outras que se escondem atrás do apelido anônimo que pode carregarnum mundo , dentro de si, para ter a coragem de dizer o que não diriam publicamente.
Covardia x Espelho

A primeira é a companheira de dias e noites, destas pessoas sem nome e sem escrúpulos, a segunda, é o que elas deveriam usar na frente de seus rostos, para enxergam quem são na realidade.

Tão perfeitas, em sua feiúra , que a simples visão de seu próprio rosto assustaria até  os animais que pertencem a noite! 
Não sou uma menina, e meu corpo não é um corpo fresco de 18 anos, tem marcas e cicatrizes, assim como todo o resto do aparato que tenho para usar nesta vida.
Não me sinto perfeita, e nem encosto no rabinho, como dizia alguém próximo no passado.
Meu orgulho termina onde começa meu desejo de harmonia, mas algumas coisas não tem chance de harmonização, o caos é a casa de algumas pessoas, e não há nada que outros possam fazer a respeito.

                                    http://www.flickr.com/photos/guilhermecapriglioni/4933620592/

sábado, 17 de março de 2012

Esclarecimentos as indagações sobre minhas fontes de pesquisa - Shimmie Ampliando Conceitos

Para quem possa interessar!
Esclarecimentos para as bases de meus textos sobre o caderno de estudos na Revista Shimmie Ampliando Conceitos
Minhas bases de pesquisa para Música, Folclore e quaisquer assuntos, relacionados  a Arte Oriental, sempre se baseiam em pesquisas de leitura ou pessoais, em classe ou em conversas com os professores que fazem ou fizeram parte de minha vida.

Muitos assuntos,envolvem um conhecimento que abarca áreas mais profundas, do que aquelas que pisamos ao sermos apenas bailarinas. Eu não me arrisco nunca a inventar sobre o que não sei ou não posso comprovar. Portanto meu caminho é sempre o mesmo, uso meus livros, uso os textos que considero fidedignos, e minha experiência, além da interpretação pessoal.

Uma das áreas mais difíceis de discursar sobre, é a Música, que para ser descrita ou explicada, depende de conhecimentos técnicos específicos, com o risco de se dizer grandes besteiras, se não bem fundamentadas.
Geralmente meu material é diversificado, e catalogado de acordo com minhas áreas de interesse.

Quando tenho que escrever sobre algo específico, ou quando tenho um interesse em especial, sempre busco misturar diversas fontes, para obter o resultado final, e assim foi também na matéria da ultíma Shimmie.
O resultado dos estudos se transforma no meu material didático que é gratuitamente oferecido em cursos e workshops, e que depende única e exclusivamente de meu estudo pessoal, e desejo de compartir, o que nem é tão comum no meio!
 O compartilhar é mesmo uma arte, das mais refinadas hoje em dia, já que a escolha daqueles com quem vamos dividir , determina em parte os resultados de nosso compartilhamento!

No artigo sobre Tarab , que fez parte de meu caderno de estudos,  há de fato um longo trecho que foi traduzido de um material técnico versando sobre música.. Quando encontrei o material, num blog pequeno baseado em outro país, o texto foi tão  esclarecedor que a parte mais árida sobre o Tarab eu simplesmente traduzi.

Escrevi para o autor do blog, agradecendo o texto tão lindamente desenvolvido, e solicitando que entrasse em contato comigo, pois gostaria de manter contato para compartilhamento de informações sobre a música, e outros assuntos relacionados a cultura oriental, mas nunca obtive qualquer resposta. Isso aconteceu meses antes de ter a solicitação da Shimmie sobre este assunto em especial. Meu contato nunca se deu de fato e a única coisa que sei é que seu Apelido é OUDMAN 586 e que talvez seu nome seja Michael, pois esse é parte de seu endereço de email.

O endereço do blog é :
http://oudman586.blogspot.com
O título do blog dele é :
Arabic Music
This blog is a compilation of my thoughts and experiences with performing and listening to arabic music.

Este blog é uma complicação dos meus pensamentos e experiências, apresentando e ouvindo música árabe.

Aqui está então a informação que pode comprovar de onde saiu a parte técnica do texto.
Outras fontes foram usadas no artigo, e para evitar qualquer incomodo com a Revista Shimmie, aqui está a lista completa dos profissionais que usei como base do que escrevi, e dos sites onde busquei algo que pudesse corroborar o que li:
Fiquem a vontade para pesquisar, e conversar com as pessoas em questão.

Oudman 586
Gamal Seif – contato direto – meu parceiro de dança e Professor – residente em Colônia – Alemanha – natural do Egito
Aladim el Khouly – contato direto – meu professor – residente em Bonn –Alemanha , natural do Egito
Ahmed Elsweefy – meu professor de árabe no momento . Residente em Guiza - Egito
Khaled Seif – contato direto – Meu professor , residente em Zurique - Suíça
Farida Fahmy – contato direto – Minha professora, e inspiração – Também tenho como materiais diretos de Farida Fahmy, os originais de seu trabalho sobre Etimologia da Dança – o desenvolvimento da estética e proposta artística cultural do Grupo Reda. Um livro que descreve em detalhes os caminhos tomados por Mahmoud Reda e por sua trupe , na releitura da vida egípcia que foi então transformada em arte e levada ao palco. Este livro é a base de boa parte de meus textos sobre Folclore juntamente com as conversações que versam sobre o assunto, sempre que tenho a chance de encontrá-la.
Victor Abud Khiar – através de textos
http://www.4arabs.com
http://www.orientaltunes.com
http://www.sudairy.com/music/
www.maqamworld.com

Espero ter me feito clara. Tenho um nome a zelar, e sou uma portadora de informações. Gostaria de ter certeza de que vale a pena compartilhar o que estudo, sem ser acusada de plagiar ninguém. Para tanto passarei a citar detalhadamente todas as minhas fontes, sejam elas escritas ou não.



quarta-feira, 14 de março de 2012

Uma mulher, muitas fases, apenas uma história...


Lulu Sabongi

Uma vida de histórias

Nasci Luciana Uzunof , dificil de dizer, e bem exótico o nome que ganhei do meu pai.

Na escola era alvo de piadas o tempo todo, e a combinação mais comum era Luciana Strogonoff, será que é por isso que gosto tanto do prato?
O sobrenome é de origem búlgara, e aqui no Brasil quando a família chegou, erraram no registro. Na verdade o correto seria Uzunov!

Mais tarde junto com a dança viria meu nome artístico  com o qual viajei por uma boa parte do mundo. Lulu Sabongi é meu nome de dança e está comigo por onde vou!
 Hoje com 33 anos de carreira, conto com 34 países visitados, levando a dança que me ensinou,muito do que sei sobre a vida,  e o significado da  liberdade e amor pela arte.

Desde pequena, sempre apreciei carreiras que não tinham muitas chances de me fazer bem sucedida economicamente, mas minha alma sorria para elas.
Eram elas, professora de História, professora de Português, atriz e bailarina. D, Mirian, que sempre foi a provedora do lar e mulher muito forte, me chamava a atenção dizendo: Filha por favor escolha algo mais interessante monetariamente....

E eu nada. Quando tinha 17 anos conheci a mulher que mudaria minha vida, minha primeira professora Shahrazad. Uma armênia residente no Brasil, naquela época ela já contava mais de 50 anos e foi minha grande referencia no Brasil.
Com ela aprendi que dançar sem sentimentos não valeria nada, e seus olhos de fogo, sempre me mobilizaram profundamente.

Nunca imaginei que iria tão longe, com algo que não me prometia nada num primeiro momento.
Creio que os maiores segredos estão mesmo escondidos numa porta escancarada. Está tudo tão aberto que ninguem pensa que ali reside um segredo.
No aprendizado que se iniciaria aos meus 17 anos, estava escrito uma boa parte do meu destino.
Hoje completos 50 anos, me sinto plena e ainda com muita energia para gastar/ dançar!!

Agradeço a cada pessoa que fez parte da minha trajetória, e aqueles que ainda estão presentes.
Pedras que se foram preciosas ou não, tiveram seu papel em minha trajetória e respeito cada tropeço e cada vitória, pelo que me trouxeram!

Desde 1983 até 2016 , meu caminho se transforma a cada ano.
Fica a experiência, os presentes do acaso, e os tesouros recolhidos pelo caminho...
Espero dançar até meus 80 anos, com um pouco menos de shimmie mas totalmente tomada pelos sentimentos!!!

Lulu criança - 5 anos
Lulu Sabongi 1986 - 19 anos
Lulu Sabongi - 35 anos
Lulu Sabongi - 38 anos
Lulu Sabongi - 42 anos

Lulu Sabongi - Khan el Khalili - 1983 / 2012
Criadora da pré seleção, primeiro processo de reconhecimento de qualidade em Dança Oriental no Brasil.

Lulu Sabongi - 47 anos 


Lulu Sabongi - 50 anos 

Os braços na dança - muito mais do que moldura- uma expressão em si mesmo!

Meu objeto de estudo no momento- final de 2011 
Os braços e suas possibilidades

Não temos mil braços, e nem um corpo de baile tão grande quanto o que se pode ver acima, mas com apenas dois braços, podemos fazer muito por nossa dança e também por nossa expressão.

 Os Braços na dança – sua linha mágica!
Não me atenho a um formato específico mas sim as possibilidades que os braços podem alcançar se trabalhados de forma expressiva e harmônica.
Há tempos venho meditando a respeito. Observava minhas apresentações e não me encontrava satisfeita com a forma dos meus movimentos, relacionados a esta parte do corpo.
No festival Mosaico  Brasil Egito , uma aula em especial reacendeu a chama de estudos nesta direção.
Minha inspiração foi um dos professores presentes, Khaled Seif, e a partir daquela aula tenho desenvolvido um novo formato de preparação para a expressão dos braços e das mãos, dentro da dança oriental.
Ainda estou engatinhando mas uma revolução se manifesta.
Nossa experiência nasce ainda na infãncia, experimentando o corpo e suas possibilidades e continua por tempo indeterminado, tomando novos contornos em nossa vida adulta.
Um corpo mais consciente e alerta, está melhor preparado para as fases que vem depois.

Alguns parâmetros se transformaram, e abriram espaço para um mundo novo.
Buscando reconhecer o quanto e como trabalhar meus membros superiores, estou descobrindo uma nova faceta para o ensino e também para a prática.
Os elementos presentes neste momento tratam de experimentar esta parte do corpo através de diferentes referenciais que seriam:
•    O movimento delineado a partir do pulso e das linhas que ele pode desenvolver no espaço . Rotações e mudanças de direção que fazem toda a diferença
•    A movimentação do cotovelo como mobilizador e ponte entre a extremidade e o tronco. Muitos movimentos tem seu apogeu apenas quando esta parte se encontra ativa e atuante
•    Os ombros e as pequenas contrações em linha perpendicular, como iniciadores de desenhos ,  dando maior definição ao todo. Rotações inversas, buscando maior coordenação motora, e novas combinações de movimentos para esta área
•    As ondulações curtas e focalizadas apenas nas mãos, um capítulo a parte na magia que se estabelece através da fluidez e dos movimentos ondulatórios
Elementos que podem ser acoplados aos movimentos trazendo ainda mais brilho a sua performance:
    Mudanças de dinâmica
    Desenhos espaciais , considerando linhas verticais , arredondadas e curvas. O prazer de desenhar no ar
    Utilização dos braços e mãos para envolver também sua cabeça e expressão do tronco superior na leitura musical


Queridas, bons estudos, eu estou mergulhada no meu!!
E viva os braços na dança.
Logo teremos um vídeo didático de Elis Pinheiro versando sobre isso

Nos vemos!