sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Frida Kahlo - uma revolucionária no amor e na Arte

Depois de assistir o espetáculo Casa Azul, quiz ler novamente sobre Frida Kahlo, e percebi o quanto o espetáculo foi realista, de fato contando a vida e a intensidade amorosa que fez desta pintora mexicana a pintora do nosso século!

Abaixo um pouco da biografia dela. De certa forma a artista correta para que eu me fixe neste momento!



Para se entender as pinturas de Frida Kalho é necessário conhecer a sua vida.
Frida Nasceu em 1907 no México, mas gostava de declarar-se filha da revolução ao dizer que
havia nascido em 1910. Sua vida sempre foi marcada por grandes tragédias; aos seis anos
contraiu poliomelite, o que à deixou coxa. Já havia superado essa deficiência quando o ônibus em
que passeava chocou-se contra um bonde. Ela sofreu multiplas fraturas e uma barra de ferro
atravessou-a entrando pela bacia e saindo pela vagina. Por causa deste último fez várias cirurgias
e ficou muito tempo presa em uma cama.
Começou a pintar durante a convalescença, quando a mãe pendurou um espelho em cima de sua
cama. Frida sempre pintou a si mesma: "Eu pinto-me porque estou muitas vezes sozinha e porque
sou o assunto que conheço melhor".
 
Suas angustias, suas vivências, seus medos e principalmente
seu amor pelo marido Diego Rivera.
A sua vida com o marido sempre foi bastante tumultuada. Diego tinha muitas amantes e Frida
não ficava atrás, compensava as traições do marido com amantes de ambos os sexos. A maior dor
de Frida foi a impossibilidade de ter filhos (embora tenha engravidado mais de uma vez, as
seqüelas do acidente a impossibilitaram de levar uma gestação até o final), o que ficou claro em
muitos dos seus quadros.
Os seus quadros refletiam o momento pelo qual passava e, embora fossem bastante "fortes", não
eram surrealistas: "Pensaram que eu era surrealista, mas nunca fui. Nunca pintei sonhos, só pintei
minha própria realidade"
. Frida contraiu uma pneumonia e morreu em 1954 de embolia
pulmonar, mas no seu diário a última frase causa dúvidas: "Espero alegremente a saída - e espero
nunca mais voltar - Frida"
. Talvez Frida não suportasse mais. 


Algumas imagens que talvez ajudem a entender um pouco o que ia dentro da cabeça desta mulher que voava com seus dedos e dançava com as cores, no lugar de suas pernas!!



quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Num tempo de quietude forçada!!

Faz tempo que não escrevo e faltando apenas dois dias pra o final deste tremendo 2012 para não dizer outras coisas mais, decidi parar um pouco.

Hoje o marido foi com a filhinha ver amigas que preferem que eu não esteja por perto mesmo, na verdade, tadinhas, eu levei esse homem precioso embora e nunca mais devolvo, nem fico brava, elas podem aproveitar um pouquinho.

O fato é que estou sózinha e tranquila e posso escrever sem Eva pulando no meu joelho operado...
Pois é para quem não sabe, esfacelei suavemente meu menisco numa viagem de trabalho, parece até piada, depois de 29 anos dançando fui assistir a uma aula porcaria, num chão pior ainda e o que ganhei foi uma cirurgia no meu joelhinho virgem !!

Parafraseando uma amiga que incansavelmente me inspira ( né Cá? ) o tempo serve pra muitas coisas, inclusive para nos devolver a realidade perdida, que não é o mundo dos macacos mas parece!

Eu sabia que minha viagem para Alemanha seria um tempo difícil e de realinhamento mas não estava preparada para o que significa não ter estabilidade... nos joelhos!
Para alguém que dança, não poder andar, parece uma coisa do outro mundo, e para os mexeriqueiros de plantão, mando recado, o joelho está bem muito obrigada, e pragas não pegam
Tinha gente dizendo que ia emancipar minha cirurgia, me dando umas lambadas antes da hora, e me pergunto, o mundo tá mais cheio de maluco que os manicômios...inventaram tanto nome novo de doença mental, que hoje em dia, fica dificil falar quem é são...tá todo mundo louco!!!

Para as bailarinas que eu conheço, digo o que já dizia antes em aula, cuidem muito bem dos joelhos, eles são seus amortecedores naturais, e também agora descobri na marra, os grandes estabilizadores de nosso corpo.
Tente ficar em pé de joelho mole...tenta aí!! Não vai conseguir, isso se conseguir amolecer os joelhos falsamente o que também é difícil demais, só vivendo mesmo..."já dizia minha mãe, quem não ventura num vévi'

E assim foi para mim, um dia antes do show da escola deste ano - Mitológia Feminina- operei meu joelho esquerdo.
Dia seguinte, das oito da manhã até as onze da noite, teatro, comandando o show e lendo pequenos textos sobre as Deusas.

Drenagem na perna operada - o que é isso? Não da tempo e ninguém me disse que precisava, e eu que cuido de tantas coisas , não cuidei de mim mesma, e trabalhei como se fosse um dia qualquer.
A perna ficou de um tamanho esquisito, parecia que de um lado eu era Dumbo e do outro a mesma de sempre.

4 dias depois a viagem de avião e as agruras de usar uma cadeira de rodas. Depois coloco fotos aqui, claro que o Michael não ia perder a chance de tirar uma foto reportagem deste feito espetacular, me manter parada sem ir a lugar nenhum, dependendo inteiramente de onde ELE iria me levar!

Privada dos movimentos normais que todos nós temos, é que podemos mais uma vez reavaliar a preciosidade que é ter um corpo que funcione a todo vapor, sem problemas ou limitações.


Coisas simples passam a ser as mais complicadas do mundo. Nao pode andar, não pode torcer, não pode apoiar, então o que pode?
Pode ter paciência minha filha...

E eu descobri uma vez mais que este é um talento que tenho que requisitar para a próxima encarnação.
Credo, como eu não tenho paciência!! é horrível, nem eu me aguento, quanto mais quem está por perto.

Para me distrair este marido que o Universo me deu, me encheu de arte e mais uma vez me lembrei de vc Ca, vc ia amar o que eu vi.

Fui assistir Madame Butterfly, aqui em Saarbrucken. Uma chinesa era a dona do papel principal e ela simplesmente carregou a ópera sózinha o tempo todo. Duas horas e pouco de mergulho no sofrimento desta gueixa apaixonada por um tenente americano.

Que voz era aquela, vindo de uma mulher tão pequena, que carregou o teatro todo como se ela pudesse com um pequeno gesto mover os corações deste público que é tão mais formal, do que nós brasileiros, quando nos sentimos tocados na alma.
No final, eu levantei, esqueci as muletas, quase caí e ainda passei vergonha, pois aqui, quando eles gostam muito batem com os pés no chão e nada mais, e só dava eu, cambaleante, com o olho embaçado de tão molhado e doida, em pé, sem bater o pé, em respeito ao que tinha acabado de ver...

No dia seguinte, ainda ávida, de mais ele me levou para ver " A casa Azul " uma obra de uma cia inglesa de dança inspirada na história de vida de Frida Kahlo.
Uma mulher a frente de seu tempo, uma artista apaixonada, dona de uma intrepidez maluca e um desejo de amar profundo.
Uma lutadora , uma guerreira e porque não dizer vencedora, pois ela quebrou muitas de suas próprias barreiras e continuou tentando.

Com tanta ajuda era impossível não passar por aqueles primeiros dias, e assim foi.
Hoje estou no 13º dia pós cirurgia e já ando ainda com ajuda, sentindo menos dor, sei que é passageiro mas também sei que existem coisas a serem aprendidas profundamente neste período.

Que eu possa mesmo usar o poema de Drumond para viver este pouquinho que falta de 2011 e poder começar um caderno novo em 2012.

Como diz outra amiga, escolhendo melhor para quem eu dou o meu melhor, pois estes que estão por perto e são reais já viram meu pior e só eles e ninguém mais merecem o melhor!

Que venha o novo ano, e com ele muita energia e paciência para as novas lições!

Que pode uma criatura senão,
entre outras criaturas, amar?
amar e esquecer,
amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados, amar?

Eterno Carlos Drumond de Andrade














































terça-feira, 15 de novembro de 2011

As cavas Aliança em Portugal - uma visita de arte e em busca do sensorial

Quando primeiro aprendi algo sobre vinhos, direto do túnel do tempo, e em outras companhias, os vinhos portugueses ficaram marcados dentro de mim.
Na primeira vez em que somos ensinados sobre retrogosto, bouquet, viscosidade, e nota de fundo...sei que tem outro nome mas não me lembro, vai então a expressão para perfumes.... nossos sentidos são despertados para outros níveis.

Meu primeiro professor de vinhos, me fez perceber que naquela taça residia muito mais do que uma bebida para me deixar meio lá meio cá.
E de mocinha rasa, que só gostava de vinho doce, eu passei a ser uma aprendiz, que mais tarde mudaria seu gosto totalmente para vinhos tintos e secos, de preferência encorpados.

Desde então despretenciosamente, busquei experimentar um pouco de vinho em todos os lugares por onde passo. Não me arvoro posição alguma e nem tento analisar nada, apenas me entrego ao prazer de sentir na boca os aromas e sabores distintos, e me permito decidir, gosto ou não gosto?
Essa é a vantagem de não ser profissional na área, a experiência é simbolo de prazer e se não é eu descarto, assim simples, como diz meu professor de Tao, esqueça o complicado e viva o simples!!!

E deste jeito fui visitar as Cavas Aliança perto de Coimbra
O Museu subterrâneo pertence ao dono da Cia no momento, e foi uma surpresa incrível.
 Embaixo da terra vivem os vinhos e arte do mundo inteiro. Eles também são os donos do meu tinto preferido Quinta da Bacalhoa, e descobri que nem mesmo em Portugal o danado é baratinho.

A visita guiada foi rápida e rasteira e mal tínhamos tempo para entender o que estava acontecendo
 A coleção de arte começa com máscaras africanas de diversas regiões que vão desde tempos remotos até a atualidade, de acordo com os cornos presentes nas carrancas definia-se o poder e importancia do proprietário das mesmas, e também sua posição social dentro da estrutura da tribo;
 Com o passar do tempo as esculturas , guardando diferenças regionais e de antiguidade , foram ficando menores e mais detalhadas e mais tarde até facilitavam a vida dos turistas que passaram a querer trazer para casa um pouco da excentricidade e exotismo do país que visitavam!
 A arte de cestaria é mostrada nesta parede cheia de exemplos da criatividade africana relacionada a esta arte

E aqui olhem só, os símbolos fálicos, mais uma vez diziam sobre o poder de seu dono, e dizem as más linguas também poderiam ser descritivos, mas é difícil de acreditar no tamanho de alguns.

A coleção de pedras semi preciosas é de tirar o fôlego de qualquer um. A maioria delas vem de nosso país e corredores sem fim mostram peças lindas, desde as brutas até algumas já com trabalho de lapidação.




O mais incrível , esta visita não custa absolutamente nada e qualquer pessoa pode agendar e trazer seu grupo, as belezas que te esperam são de fato surpreendentes.
Nunca imaginei que ao visitar uma cave de vinhos pudesse ser assolada por tanta beleza e expressão artística.







Aldeias de Xisto - Serra de Lousã

Na região serrana de Lousã, tem uma serra linda, e Rafael e Marta, me convidaram para um jantar típico português.
Era uma noite fria, mas lá fomos nós para o alto da montanha, ou melhor dizendo serra mesmo já que estávamos há apenas 800ms acima do nível do mar.
A chegada foi já de noite o que não deixou muitas chances de ver a área ao redor mas só a entrada já dizia muito sobre o que eu iria ver.
Talasnal, Casal Novo e Chiqueiro são aldeias cravadas na serra da Lousã, ligadas entre si pela história e cultura comuns, mas sobretudo pelo viver genuíno das gentes. Ao reabilitarem-se casas e condições de vida, recuperam-se os sorrisos que nestas três aldeias voltam a chamar quem aprecie o casario encostado a ruas estreitas e as fontes que cantam os segredos da Serra.

Descobrir estas três Aldeias do Xisto representa mergulhar no mundo mágico da Serra da Lousã, embrenhar-se numa vegetação luxuriante por onde espreitam veados, corços, javalis e muitas outras espécies, algumas raras e protegidas. Aqui reina a Natureza, sensível, que pede respeito. Mas que permite inúmeras possibilidades de lazer e de desportos activos. Aqui sente-se o pulsar da terra e a sua comunhão com os homens quando se avistam ao longe as aldeias. Parecem ter nascido do solo xistoso, naturalmente, como as árvores. Hoje, as suas raízes somos todos nós. ( palavras de um português)

 As casas ficam abandonadas a maior parte do tempo.
Nos finais de semana, as habitações ganham vida, com os turistas rurais de uma cia chamada por exemplo Capitão Dureza ,  não é mole não!
Chegamos bem tarde na noite anterior e a ceia estava posta, comi demais....

Peixe, carne, Migas ( um mexido maravilhoso que mistura couve manteiga com alho e azeite, pão desfiado e feijão) vinho tinto e vinho branco e muita fartura. Ameii!!!
Os portugueses se parecem muito aos Arabes, no quesito fartura a mesa, e se vc não comer ficam tristes, eu não queria entristecer ninguém , então comi e muito!
 Casal muito giro, Martinha e Rafael meus anfitriões na cabana em Talasnal, e claro shisha depois do jantar!O bar onde estávamos se chama Curral e fica dentro da casa que é toda separadinha por andares e escadas estreitas, tudo é feito de Xisto e me senti vivendo em tempos antigos, esse povoado em especial tem mais de trezentos anos de idade!

No teto pendurados os bilhetinhos deixados pelos visitantes, fiquei de escrever um e acabei me esquecendo.
Nas paredes garrafas e mais garrafas
Tomei Jurupiga, que meu filho ia adorar se pudesse experimentar, e outros licores típicos, inclusive de castanha portugues, fiquei zureta total....

Petra não bebe de jeito nenhum mas um pouquinho ela teve que experimentar, pela expressão marcante, podem ter uma leve idéia do que ela achou da bebidinha!!

Deixo vcs com algumas imagens deste lugar lindo!

Mais imagens no facebook, aqui demora demais, tenho que descobrir uma maneira de mostrar estas maravilhsas de uma forma mais rápida







Noites de Coimbra

Temos esta estória antiga entre Brasil e Portugal e claro eu esperava algo neste sentido ao chegar.
Sei lá uma piadinha, porque sou brasileira, ou qualquer outra coisa, mas a recepção aqui foi a mais calorosa possível e sem um traço de troça...
Petra, louca e possuída, me disse que iríamos a um restaurante menu surpresa...well o que significa isso?

Bom a gente chega, e não sabe o que vai comer, simples assim, comemos o que o chefe tiver!!
O lugar por sí só vale a visita, se chama Sé Velha , com a escada do Quebra Costas, e as fantasias de morcego pendendo das repúblicas que existem por ali. A igreja abaixo se chama Igreja da Sé Velha, e dá um charme muito diferente ao lugar!

A tal da escada quebra costas, é uma escadaria que eu não arriscaria descer bêbada, e parece que outros também tomam o mesmo cuidado. Todo o lugar cheira a boemia, e nas ruas com luz amarela é gostoso caminhar sem pressa. Foi ali que tínhamos um encontro marcado no restaurante surpresa!

Caminhando pelas ruas estreitas e que quase não aceitam a passagem de carros, arrumamos por milagre um lugar para estacionar e lá fomos nós para a noite do Menu surpresa
O engraçado era que exatamente neste dia, o restaurante estava em festa, e os poucos lugares que geralmente existem a disposição, por volta de 20 no total, não existiam neste dia pois era o aniversário do lugar, portanto, além do menu surpresa, não tinha lugar para sentar também, surpresa, vamos comer algo que não sabemos o que é , num lugar que não sabemos qual é, e terminando não sei quando, e lá fomos nós....
 Era assim uma mesa comprida com tudo em cima, e cada um se servia do jeito que podia
Experimentei "punheta de bacalhau" não gostei, muito salgado e com gosto estranho demais, vai saber o que tinha dentro.
mas adorei Tigelada- parece nosso pudim de leite mas é mais um bolo molhado, horrível de tão bom...
Vinho a vontade, amigos por perto, só faltou meu amor e meus pequenos....grandes !!

Meus novos amigos , esquerda para direita : Diogo ( meu médico maravilhoso) Nicole, Petra Pinto, uma artista maluca e maravilhosamente criativa, Rafael 1 o anjo da Martinha, que está do meu lado direito, e Rafael 2, ou melhor dizendo Hórus, um amor de pessoal e um bailarino incrível em cena.

De lá ainda íamos passar por uma casa de Fados e lá fomos a trupe da madrugada. Passando pelas republicas do centro, dei de cara com decoração típica nas portas e janelas e juntei uns pedacinhos para mostrar
 Do lado esquerdo podem ver um espantalho esquisito pendurado na parede, ele é chamado Morcegão.
Aqui em Portugal, existe todo um protocolo de vida para os Universitários, com roupa formal e cheia de símbolos para cada ano de conclusão de curso.
Existem aqueles que seguem isso a risca, e os outros que são contra o praxe.
Os contrários penduram do lado de fora de suas repúblicas, os simbolos de repudio, e um deles, é este espantalho estranho fazendo piada sobre os estudantes certinhos, chamados pelos rebeldes de boa causa de Morcegões!!!
Ainda andamos um tanto até encontrar uma imagem do Rio Mondego de noite a caminho da casa dos Fados.
 Andando por aqui me lembrei do Pelourinho em Salvador, a pena é que as ruas pequenas e antigas, não tem nenhum trabalho de restauro, e fico pensando no que será daqui a alguns anos, pois tudo é tão bonito mas tremendamente descuidado
De qualquer forma, existe um encanto natural que me pegou de primeira
 Essa visão pode ser vista das ruas pequenas, e temos uma idéia da parte baixa da cidade. Coimbra  é dividida entre parte alta e baixa, mais uma das similaridades entre esta cidade e Salvador. Tudo o mais é diferente, mas o clima de boêmia do centro velho de Coimbra me fez sentir um gostinho de noite brasileira, em minha primeira noite portuguesa.

Fechamos a noite no clube de Fados, e eu já estava meio morta mesmo, de lá para casa, dormindo pouco mas bem




Terminava assim a primeira noite! e se iniciava um contato que no decorrer de apenas uma semana se transformaria em muito mais...hoje sei que tenho casa em Coimbra, um cantinho no Porto, e uma pousada em Algarve, coisas que a dança dá!!





terça-feira, 23 de agosto de 2011

O eterno Feminino


Mulheres não foram feitas para serem compreendidas, apenas para serem amadas
( Oscar Wilde )

O lado sombra e o lado luz

Em psicologia as duas personagens femininas que lideram a simbologia desta diferença podem ser encontradas em Eva e Lilith

Li uma vez há muito tempo um livro pequeno que fez parte da minha vida por dois anos .
Usei até mesmo em aula para dizer sobre os personagens que assumimos ao dançar e de fato o texto foi simbólico e muito importante para meu entendimento do feminino

"Lilith, a primeira Eva ou a mulher de que tentou Adão com a maçã da Árvore do Conhecimento, é figura presente nas mitologias sumeriana, babilônica, assíria, cananéia, hebraica, árabe e teutônica. Uma das formas do Eu feminino, surgiu como personificação dos aspectos negligentes e rejeitados da Grande Deusa.

Lilith é Adamah, o aspecto da personalidade feminina com que as mulheres de hoje precisam volar a se relacionar para poderem viver toda a sua feminilidade.

O livro de Barbar Koltuv é uma fascinante antologia de contos mitológicos, antigos e modernos, interpretados pela autora, que mostra como o lado instintivo da feminilidade tem sido objeto de temor, sendo, consequentemente, refeitado pela cultura e pela religião tradicional e patriarca.

A autora, psicóloga e analista junguiana, demonstra como e por que foram feitos tão grandes esforços para banir a figura de Lilith da consciência humana e por que, apesar destes esforços, estamos sentindo outra vez sua ascensão."

O livro de Lilith - Bárbara Koltuv

O livro brinca entre as duas mulheres que carregam os elementos necessários a construção de um eu feminino pleno, onde luz e sombra são aceitos e compreendidos, para não chegarem ao aspecto doentio. Nem total sombra, nem total luz


Esse e outros livros acabaram por me iniciar num caminho que não teria fim. Ler e compreender um pouco mais sobre os dois lados que vivem dentro de cada uma de nós.

Quantas vezes me senti dragada pelas emoções , de uma maneira tão intensa que nem sobrou espaço para raciocinar antes de agir? Questão de sorte, se tudo deu certo ou errado? Ou destino?

Não sei, mas o tempo passa e traz tantas coisas para nossa vida. No início de tudo, somos absolutamente ingênuas, e a menina de 5 anos não pode imaginar o que a vida lhe reserva
Hoje conversando com meu marido estávamos exatamente falando sobre isso
A vida entalha as pessoas, através das experiências, dos erros e dos acertos.
Aprendemos com o amor, com a dor , com a raiva, e até mesmo com o ódio.
Tudo faz parte do nosso processo. E eu dizia a ele que as vezes o entalhe é tão duro que transforma  a escultura , nem sempre em uma bela obra.
Conversamos longamente sobre o que atua de fato sobre as pessoas, genes ou meio ambiente. Qual a proporção de influência de cada um.
E aí nos lembramos da alma que seria o terceiro componente
Eita coisinha mais complicada o ser humano!!
Nascemos  com um potencial latente, mas escondido ou encoberto.
Ninguém pode determinar até onde chegaremos ou como faremos isso

O processo do viver é que traz o resultado, que também não é eterno mas temporário
Mudamos a cada estação, e as páginas estão sempre brancas quando começa o dia
Todo santo dia, temos a possibilidade de começar diferente

O que nos segura  e o que determina nosso mover ?
O que nos faz decidir as direções?
Porque olhamos desta ou daquela maneira?

Evidente que não conheço as respostas e nem me atrevo a dar idéias finais
Tudo o que faço é me questionar e dividir os pensamentos...ainda que virtualmente
Nessa hora me recordo de dois livros que releio as vezes...
O primeiro um estudo psicológico misturando mitologia, símbolos antigos e pesquisas no ramos do feminino sagrado chamado:

A prostituta sagrada - Nancy Qualls - Corbet


E o outro livro  é contemporâneo e nos traz a mulher de hoje, numa cultura totalmente diversa daquela em que nós brasileíras vivemos. Um mergulho no mundo árabe através dos olhos de uma mulher árabe
A chance de ver por outros olhos, de ouvir outros relatos e construir nossa imagem, nossa persona e nossa bailarina, com os estímulos, da música , do pensar, e do mensuramento que só o tempo e o entalhar da vida traz.

A face oculta de Eva - as mulheres do mundo árabe
Nawal El Saadawi


Fica aqui um convite a reflexão.
Na busca por nós mesmas, tropeços e acertos
Boa semana
Lulu

 
Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro
( Clarice Lispector )



terça-feira, 16 de agosto de 2011

Ser professora - entrega e desapego !



Qual a manchete de hoje?

Todos os dias somos assoladas pelas mensagens que chegam de todas as fontes.

Redes sociais, emails, convites para eventos e um outro tanto de formatos buscando os clientes e possíveis pagantes de tickets para o próximo evento imperdível.

Claro que estou incluída no grupo daqueles que buscam, um contato, uma reaproximação, e a possibilidade da sobrevivência dentro do mercado de dança.

Todas as sonhadoras de plantão, que um dia se apaixonaram pelo dançar mas que posteriormente, buscaram sua permanência ensinando ou de alguma forma compartilhando os conhecimentos adquuiridos.

Neste mar de gente, com todo tipo de corrente subterrânea atuante, nadam todas as pessoas. As alunas eternas que se transformaram em professoras perenes, as alunas acidentais, que aparecem hoje e daqui a dois meses, as professoras improvisadas , que nunca planejaram a carreira mas afinal lá estão e as sonhadoras sem rumo certo que ainda não sabem para onde vão.
Não haveria espaço para definir quantas espécies diferentes temos neste oceano único.

Mas me coloco a pensar na relação aluna, professora.

Como aluna, nunca me esqueci de meus professores, e seja por delicadeza, generosidade aprendida ou simples honestidade, dentro de mim dou a cada um créditos específicos por minha trajetória.

Não há para mim uma figura negativa neste caminho,pois até as experiências que não foram tão prazeirosas, tinham um intuito maior de me ensinar algo.
Como uma moeda que tem duas faces, toda e qualquer situação que vivemos, apresenta a mesma bipolaridade visionária.

Se eu estiver preparada para ver da melhor forma ísso é o que farei, e minha mente vai buscar todos os argumentos para sedimentar minha crença.
Se porventura minha pre disposição é ver do pior ângulo possível, é assim que meu mental vai funcionar, e eu terei tudo o o que preciso para corroborar minhas teorias.

Acho então que decidi ser  Polianna a menina do dedo verde.

Vejo tudo pelo melhor lado e dispenso a crueza daqueles que optam pelo lado sombra de cada dia.

E por isso acabo me protegendo do que poderia causar estragos e aqui vem a professora.

A professora que vive dentro de mim, é uma aluna voraz, e sendo assim, nunca está satisfeita. Mais ou menos como os clientes de spa que decidem fazer uma dieta maluca de 600 calorias e ficam desesperados com o prato minguado de salada do almoço....
Sou assim com a dança e quero sempre mais.

Isso me leva ao estudo e também me separa do grupo que carrega a bandeira " Eu já sei"

A busca incessante e a dúvida intermitente me empurram sempre na direção de novos caminhos
Diferente da posição de outros , para mim um professor é um professor para sempre. Uma vez que alguém tenha ocupado esta posição em minha vida, não há como retirar o significado .

Cada um que encontrei deixou em mim um eco e uma marca , que me acompanham e me auxiliam na lida diária, da criação de aulas, sequencias e propostas. Recordo momentos e passagens e percebo o quanto cada pessoa entalhou em minha persona bailarina, um pouco de sua própria arte, crença e sensibilidade.

Por isso, não me sinto machucada ou deixada para trás, pelos esquecidos de plantão e este exercício de desapego deveria fazer parte do nosso dia a dia enquanto professoras.

Quando decidimos doar, esse ato tem que ser livre de espera retributiva. De outra maneira sua espera será um mar de ansiedade represada, esperando que alguém lhe dê de volta  aquilo que em princípio você ofereceu de bom grado.

Não espere que seu nome seja mencionado como por direito. Ele será se para aquela pessoa vc fez diferença.
Não podemos comprar o reconhecimento, ele é dado gratuitamente, e é genuíno. Contra ele não há armas ou manipulações.

Grata por saber que ainda existem coisas preciosas que não podem ser tocadas pelo marketing, bom ou mau.

A verdade permanece mas a propaganda se esvai.

Aquilo que não me mata me fortalece, e o que não me apaga me ilumina
Fecho então com a frase que saiu da boca de uma escritora de 80 anos como uma das lições que ela aprendeu na vida!

O que os outros dizem a seu respeito, não é absolutamente da sua conta!!!

viva a vida e  para todos minha gratidão!!!

Abaixo imagens dos momentos
1 meu aniversário em Curitiba - grupo de estudos - no espaço da Regina -
2  Sicília 2011
3 Brasília ago 2011

Alguns momentos de outros tantos, as pessoas que me tiram e me mandam de volta para SP e Itu




quinta-feira, 16 de junho de 2011

Selo de qualidade Lulu Sabongi 2011





Fechando um ciclo que começou há muitos meses atrás, aqui está o resultado final do Selo de Qualidade Lulu Sabongi 2011.
Todas as aprovadas tem seu selo válido por um ano, e a partir deste ponto devem fazer uma reavaliação para comprovar a manutenção de sua qualidade em dança e assim continuar fazendo parte deste grupo em prol da qualidade da dança Oriental no Brasil.

Agradeço imensamente a todas que confiaram no processo e dele participaram.
Na próxima semana todas receberão em suas casas, o material completo de seu exame. Uma pasta contendo todas as fichas de avaliação originais, mais a gravação de sua dança no dia, e o certificado de qualidade 2011.

  O crescimento e qualificação de nossa dança é um processo que tem duração eterna, no decorrer dos anos , vc vai crescer em qualidade e definição, diretamente proporcional ao que estiver oferecendo em termos de estudo.
Seu material virá acrescido de uma folha especial contendo todas as médias individuais, relacionadas a cada critério avaliado. Desta maneira poderá utilizar este documento como forma de direcionamento em seus estudos e projetos.
Os comentários escritos por suas examinadoras, podem lhe dar mais informações sobre o direcionamento de seus estudos e também seus pontos mais fortes e marcantes.
Espero que a experiência tenha sido positiva e que ainda possamos compartilhar muito mais dentro deste Universo plural, que é a Dança Oriental.
Seguem abaixo as imagens das Aprovadas deste ano de 2011.


                                                                        Allana Alflen - Salvador Bahia
                                         

                                                                  Andrea Gaia - Uberaba - MG


                                                      Andrea Santiago - São Paulo - SP

                                                                 Aysha  - Guarujá - SP


Aysha Fahd - Fortaleza - CE



 

Catarina Hora - Aracaju - SE


Chrystal Kasbah Campinas SP


Cris Gomes - Americana - São Paulo



                                                          Ellen Pereira - São Paulo - SP


Jessica Freitas - Porto Feliz - SP


                                                           Ludmilla Raissuli - Belém


                                                        Μárcia Υasmine - Dourados -MS


Milla Zahar - Franca - SP


                                                           Raiza Holtz - Sorocaba - SP


Raquel Pinheiro - Rio de Janeiro - RJ


Roberta Soares - Campina Grande - PB

                                                            Samira Carla - Brasília - DF



Zahra Li - RJ





Suzi Ribeiro - PR

Nossa banca examinadora nos dias 11 e 12 de Junho
Aisha Jalila - SP
Amura Zahra- DF
Ana Claudia Borges -SP
Brysa Mahaila - RS
Camila D´amato PR
Dalilah – DF
Danny Negri – SP
Érica Esteves –
Flora Pitta - SP
Fernanda Báccaro SP
Julli Mariano SP
Kahina SP
Lainah SP
Leila Soraia SP
Lu Midlej – RJ
Melinda James – RJ
Ranna – RJ
Mahara Shams – MG
Monah – SP
Mayara – SP
Michelli Nahid – SP
Nagla Yacoub –MG
Priscilla – SP
Rhazi Manat – SP
Tahya Brasilie – SP
Samira Mattar – SP

Sasha Holtz - SP
Shalymar Mattar – SP
Solange Costa – MA
Suellem –SP
Talita Faria – SP
Talita Vital – SP
Viviane Gama – RJ
Zurah – SP
Lulu Sabongi – SP